Acho que todo brasileiro tem um par de Havaianas no armário, faz parte da cultura brasileira …hahaha
Quando era pequena, lembro de ir a praia com os meus avôs maternos no Rio de Janeiro, tinha uns 4 anos de idade, o meu avô Tonico tinha umas Havaianas pretas com riscas amarelas e verdes, a avó Jandira tinha umas azuis também com as mesmas riscas, e as minhas eram brancas. O meu avô sempre dizia: “Olha Paula, nós três temos os chinelos iguais, sabe porque?”, ao que eu já sabia a resposta: “Porque somos uma família!” …aaaahhh como seria bom ter uma máquina do tempo para voltar e reviver aqueles momentos únicos!
Aos 5 anos fui viver com os meus pais e o meu irmão mais novo para o Perú, depois para Espanha, a seguir Portugal, Espanha novamente e aos 18 anos voltei para o Brasil. Mas não foi a distância que me deixou sem usar “o chinelo”, o meu avô partiu quando eu tinha 12 anos, mas a minha avó continuou a nos levar os novos lançamentos, e foi assim que as Havaianas e eu crescemos juntas!
Qualidade, essa é a palavra certa! Um par de Havaianas pode durar uma vida inteira mas, quem resiste a cada coleção nova? Eu é que não! …hahahaha
Anos atrás, logo que me divorciei do meu primeiro marido, fui a um consulta de rotina e descobri que tinha um problema nos ovários e não poderia engravidar. O meu mundo naquele dia acabou, tudo perdeu sentido, mas tal como uma Fênix encontrei forças para ressurgir das cinzas, aos pouquinhos.
No entanto, um pedaço de mim, bem escondido desejava com todas as forças ser mãe! Lembro-me de certa vez entrar na loja das Havaianas em Lisboa e ver uns chinelos pequeninos que eram a coisa mais lindaaaaaa, gente o meu coração ficou tão apertado e foi impossível segurar as lágrimas! As memórias dos meus avós comigo na praia vieram à tona, e como eu desejava ter uma menina que pudesse chamar de filha para mimá-la e poder andar ao meu lado um dia, para lhe dizer: “filha, temos chinelos iguais, sabes porque?” …ufffaaa já tou eu aqui com lágrimas nos olhos e o rímel todo borrado hahaha
Os anos foram passando e conheci o António, um homem incrível pelo qual me apaixonei há quase 5 anos! Ele tinha acabado de se separar e por muitos anos tentou ser pai sem sucesso, estávamos mesmo bem um para o outro ….hahaha
Um dia resolvi ter uma conversa séria com ele sobre adoptarmos uma criança. Eu não poderia gerar uma criança, mas isso não nos impediria de sermos pais. Resumo da Ópera, 5 meses depois de darmos início ao processo e farta de uma gastrite que me incomodava dia e noite descobri que estava gravidérrima da Isabella! Engravidei na mesma semana que fomos falar com a assistente social, foi a melhor gastrite que poderia ter! hahaha
Hoje, a Bella tem 16 meses e sempre que coloco as Havaianas nela a nossa conversa é a mesma: “Bella, temos chinelos iguais, porque somos mãe e filha, somos uma família!”. Sonho realizado! É muito bonito quando uma marca que gostamos e conhecemos os seus valores entra em nossa família e acompanha a história de 4 gerações (os meus pais também usam, claroooo)!