Desta vez partimos para conhecer o NH Collection Porto Batalha, um hotel super charmoso no centro do Porto, anteriormente fora um hospital militar, logo a antiga central de correios e dois anos atrás entrou para o grupo dos hotéis NH, mas deixou rastos do passado, a fachada foi mantida e, na entrada do prédio ainda se conservam três arcos girássemos em pedra. A decoração é toda voltada para o mundo dos correios. Achei o máximo os dois elevadores, forrados de selos postais.
No quartos, também permanece a referência a antiga central, em quadro e na cabeceira da cama. São 104 quartos quentinhos e confortáveis, com vista voltada para o Teatro Nacional São João. Numa das suítes, o pequeno terraço torna-se um spot romântico, que me deixou com vontade de voltar quando o clima estiver mais virado para noitadas sem casacos.
O staff tem sempre um sorriso no rosto, ao fazer o check-in brindamos com um cálice de vinho do Porto, e as mulheres são presenteadas com uma flor que, no nosso caso, foi entregue nas mãos do meu marido para ele me oferecer. Já nesse detalhe ganharam a minha simpatia e atenção, logo a seguir subimos ao quarto, espreitei e amei a tal vista que já vos mencionei, numa das mesas do quarto, uma bandeja com queijos e tostinhas e um bilhete adorável escrito a mão pela relações públicas do hotel. Sério, sem brincadeira, estes são aqueles “mimos” que fazem toda a diferença quando passamos a noite fora do nosso espaço, da nossa cama e do nosso tão adorável travesseiro. E por falar nisso, foi uma das primeiras coisas que reparei no quarto, as opções eram fantásticas, a noite prometia um bom sono…hahaha …mas antes de mergulhar naquela cama, tinha uma outra curiosidade.
O encontro começou às 20h30, quando o chef resolveu sair do espaço reservado e foi para a recepção do hotel anunciar, com a ajuda de um megafone – algo comum, claro – que a sala estava aberta. E lá fomos nós!
Cada chef tinha o seu corner, no primeiro do chef Álvaro Costa, provei uns raviolis feitos com lascas muito finas de abacaxi e recheado com pato, trufas e frutos secos, uma bomba de sabores dentro da boca! Ainda estive mais tempinho por perto e fui servida com uns pequenos cones com salada caprese, paio com fio d’ovos e laranja confiada. Numa latinha de conservas como prato, veio a feijoada de minúsculos em espumante…esta me deixou feliz, acho que seria a melhor definição, bem temperada, com as notas do espumante ao longe mas essenciais para provocar uma diferença de sabores incrível.
A seguir provei um mojito de maracujá super perigoso! Hahaha…sabe aqueles cocktails levemente doces que você vai bebendo sem sentir? A mistura era dos deuses, com um excelente rum e xarope de açúcar, entre os ingredientes.
Next point, o presunto preto alentejano servido pelo chef Vítor de Oliveira. Tão suave no sabor e tenro, fez me lembrar os anos que viví em Espanha. Soberbo! E tem uma razão para isso, o presunto primeiramente é envelhecido numa cave natural, durante 40 meses.
Música ao vivo que intercalava com uma dj a tocar um som bem lounge, a noite ia aquecendo. O ambiente, a luzes baixas, é acolhedor com gente bonita e simpática. Do nada apareceu à minha frente um garçom com uma rede com pastéis de bacalhau e croquetes pendurados, achei muito original e estavam tão saborosas que perdi a conta de quantas comi…mas que conta numa altura dessas não é?!
Num terceiro corner, liderado pelo chef Jõao Pulpo Lameiras, um Engenheiro que deixou a sua paixão pelos tachos falar mais alta e hoje é bastante reconhecido, provei uns profiteroles com queijo de cabra e mel totalmente alucinantes. Eu amo fazer profiteroles em casa e estou sempre à procura de novas combinações de recheios, posso vos dizer que entrou para o meu caderninho de receitas, uma semana depois fiz num jantar na casa de uma amiga minha, e foi sucesso!!! O temaki de atum estava maravilhoso e ….
Uma noite fantástica que terminou com a minha saída do total das dietas, no corner do chef pasteleiro, Francisco Gomes. O cheesecake de maracujá estava uma delicia autêntica, o queijo cremoso e a fruta no ponto, mas perdi a cabeça nas tarteletes de chocolate, tão bem feitas quanto decoradas. Dava pena trincar, mas fiz esse sacrifício e perdi a cabeça com o creme de chocolate e avelãs. Não contem pra ninguém, mas acordei a meio da noite doida pra comer mais uma, confissões de uma chocólatra assumida …hahaha
Amei a experiência, o ambiente descontraído, com pratos deliciosos que combinaram na perfeição em todo o contexto de criatividade dos chefs, todos vestidos a rigor claro…a bata médica e a lanterna no rosto deu um charme extra à noite de sabores!